Hirahara Ayaka - Winter Songbook
Posted by : Hokori Asian sexta-feira, 20 de março de 2015

A cantora Hirahara Ayaka é bastante renomada por seus toques únicos nas músicas de outras artistas. Seu primeiro single, lançado em dezembro de 2003, foi uma versão vocalizada de Jupiter, de Holst, e foi um dos singles mais vendidos de 2004. Em novembro de 2014, ela lançou Winter Songbook, uma coletânea de canções acalentadoras para essa estação festiva.

Uma rápida olhada na lista de músicas causaria algumas dúvidas quanto a escolha das mesmas, e se deixadas para qualquer outra corda vocal, talvez tivessem sido um erro. O apurado manejo que Hirahara e sua equipe dão aos arranjos geralmente podem ser assegurados como melhores do que a maioria, e esse álbum não é exceção. A música de abertura Auld Lang Syne começa no estilo típico de Hirahara, com uma versão tradicional, suave da música original nos primeiros minutos antes que os instrumentos de pop e rock se sobressaiam para fazer dele um cover moderno. Os enfeites são mínimos, permitindo que os vocais aveludados se destaquem para uma experiência pop gentil e agitada. Esse súbito manejo da velha canção folclórica significa que ela sobreviveu à sua tradução para o pop japonês. Ela provavelmente não substituirá a versão original na Hogmanay, mas não há dúvidas de que ela é muito mais suave para quando a ressaca chegar no dia seguinte. A interessante adaptação de Hirahara do cântico natalino inglês The First Noel também dificilmente será escutado em igrejas. No início é difícil identificar a música, pois ela soa completamente diferente da versão original. As letras também foram modificadas pela própria Hirahara, saindo do religioso para o puro romantismo e o resultado é bastante açucarado, mas continua sendo uma doce e delicada balada.

Algumas músicas não são modificadas completamente, permanecendo bastante fiéis à versão original. Song of Bernadette, música feita pela colaboração entre Jennifer Warnes e Leonard Cohen, continua com seus arranjos de piano e instrumentos de corda, e Happy Xmas (War Is Over) quase não muda, com exceção da falta das vozes tristes das crianças presentes no refrão na versão de Lennon. Ela é uma artista valente que tenta refazer o hit implacável de Pharrell WilliamsHappy, mas é, sem dúvidas, uma tentativa aqui. A performance brilhante e carismática de Hirahara assegura que ela continua alegre como era a intenção, mas a adição de sintetizadores em excesso faz com que ela soe, às vezes, mais digna de um clube de karaokê.

Nunca se escondendo dos grandes riscos, Hirahara incluiu seu próprio tributo ao The Carpenters e Bette Midler também. I Need To Be in Love e The Rose são muito mais despojados que suas versões originais. A poderosa bateria de balada e o caloroso contracanto em coral foram removidos, então, embora não tenha o impacto da versão do The Carpenters, ela tem um tom mais carinhoso. Ela também tem um ar nostálgico prazeroso que chega como um número solo em um musical antigo. De forma similar, na versão dela de Midlertodo o volume do enérgico refrão foi substituído por um discreto solo, nos permitindo apreciar as nuances da sua habilidosa voz.

Entre as melhores músicas está My Favorite Things, que soa agradavelmente como jazz, tocada em um atrevido arranjo pomposo em vez do emotivo blues que outros artistas preferiram no passado. Com pouco mais de dois minutos, a música não dura muito, mas do abafado som do saxofone no começo ao exuberante ritmo dos instrumentos de sopro no fim, muito conteúdo está guardado nesses dois minutos. A tradução para o japonês também significa que houve um leve encurtamento das sílabas em alguns casos, mas a canção é tão alegre que isso pode ser perdoado. Outra boa inclusão ao disco foi o toque de glamour que é Smile, uma versão levemente mais melancólica do que o clássico de Charlie Chaplin e Nat King Cole. Os vocais sem enfeite e o arranjo musical romântico transportam o ouvinte a era dos filmes em preto e branco sem dificuldade alguma.

O álbum não podia chegar ao fim de maneira mais grandiosa. A multi talentosa Harihara interpretou o papel deChristine em “Love Never Dies”, sequência de “Phantom” de Andrew Lloyd Webber, mais cedo em 2014. O aclamado número de mesmo nome realmente prova porque ela foi escolhida para o papel. A faixa permanece intocada em relação a do palco, oferecendo aos que não puderam ver o espetáculo uma ideia de sua performance ao vivo. Por não ser treinada de maneira clássica sua performance pode ser dividida em duas metades: seus tons mais baixos flertam com o pop e os mais altos possuem o vibrato forte e a qualidade sonora considerada “operística”, embora, às vezes, ele seja um pouco estridente. Mesmo assim, sua conexão emocional com o papel e o momento são claramente expressos e ela traz bastante calor à ária. O belo refrão final também consegue causar arrepios na espinha.

Verdade seja dita, apenas cerca de três músicas de Winter Songbook podem ser consideradas “invernais”, então o marketing pode ser considerado ludibrioso. Apenas como uma coletânea de boas músicas, no entanto, ela pode ser tocada para acompanhar uma reunião íntima durante o inverno frio, então ela preenche essa lacuna. Independente da ocasião, a voz de Hirahara Ayaka faz com que todas as músicas funcionem onde outros artistas poderiam falhar, e seu canto impecável durante todo o álbum é o melhor motivo para comprar este disco.

Assista aos PVs de Auld Lang Syne e My Favorite Things abaixo:



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